Camarão na Moranga e uma breve história

Não lembro se já disse aqui que eu tinha verdadeiro horror a camarão... mesmo!! Não podia sequer sentir o cheiro. Mas... o amor!! Ah o amor, este sim transforma as pessoas. Meu marido sempre gostou de camarão e várias vezes foi impedido de pedir um prato para dois que contivesse camarão porque sabia que eu não gostava. Mas casamento também é saber fazer concessões não é? Sim! E isso vale para mim também.

Certa vez numa festinha de aniversário, provei uma empadinha achando que era de palmito, mas não era. Não era de palmito, mas não consegui reconhecer o sabor na primeira mordida. Ao saborear lentamente o segundo bocado, percebi, muito mais pelo aroma do que pelo sabor, que se tratava de camarão. Confesso que meu primeiro impulso foi catar um guardanapo de papel e me desfazer daquilo. Mas calma aí... Se eu dei a segunda mordida, não poderia estar tão horrível assim. E assim eu comi minha primeira empada de camarão, e com ela meus primeiros camarõezinhos.

Depois desse “incidente” passei para uma outra fase da minha vida. Ainda não comia camarão, não me servia de camarão nos buffes, muito menos pensava em preparar pratos com camarão na minha cozinha; mas já não achava o fim do mundo, quando num restaurante, dividir um prato que tivesse camarão com meu marido. E como ele adora camarão, sempre queria um prato com camarão.

É claro que a essa altura, o pensamento infame de preparar algo com camarão já pairava na minha imaginação. O primeiro prato foi “Camarão com Requeijão” e juro: estava tão, mas tão temperado que quase não deu pra sentir o sabor do camarão. E foi assim que passei de uma pessoa que não podia nem com cheiro de camarão, a uma pessoa que  não apenas come camarão, mas também prepara os pratos. Tá bom... Às vezes ainda acho a textura estranha, como quando coloco um camarão inteiro na boca; outras vezes deixo uns camarões perdidos no prato para o regalo do meu amado. Mas mesmo com esses delizes ainda acho que foi uma evolução!!

Por isso a mensagem desse post é: Se você diz que não gosta de alguma coisa mas nunca comeu... experimente!!! O máximo que pode acontecer é você ter certeza que não gosta. Isso só não vale pra dobradinha e bife de fígado... blérg!!  ;)

Camarão na moranga para quatro pessoas:

Preparo da moranga:

Ingredientes:

1 moranga média

Procedimento:

Pré-aqueça o forno a 180 ºC.

Lave a parte de fora da moranga com uma esponjinha e detergente neutro, enxague muito bem e enxugue. Corte uma "tampa" na parte de cima da moranga. Pelo cabinho e com auxílio de um garfo, retire essa tampa. Raspe com uma colher de sopa (ou maior) o interior da moranga retirando todas as sementes. Posicione a tampa novamente, envolva a moranga em papel de alumínio e leve ao forno pré-aquecido. Eu deixei cerca de 1 hora, mas da próxima vez deixo um pouco menos tempo. Ao longo desse tempo fui abrindo o forno e espetando a faca até que estivesse bem tenra, mas no final achei que apenas tenra já seria suficiente, ela não deve ficar macia demais, pois vai servir de base para o prato.

Retire do forno, deixe esfriar um pouco, retire a tampa e com uma concha pequena retire o caldo do interior. Reserve uma concha pequena desse caldo. Reserve a moranga.

Preparo do Caldo de Camarão:

Ingredientes:

1 c. s. de azeite

6 camarões inteiros com cabeça e casca, mais as cabeças que sobrarem daqueles que serão usados para decorar.

2 grãos de pimenta do reino preta

1 ramalhete pequeno de salsinha e manjericão

2 xícaras de água fria

Procedimento

Numa panela pequena, aqueça o óleo e coloque os camarões inteiros e as cabeças que sobraram. Refogue por 3 a 4 minutos. Aos poucos acrescente a água fria. Quando aquecer, acrescente as ervas e a pimenta. Deixe cozinhar por 30 a 40  minutos no fogo mínimo, de preferência sem ferver.

Para o Molho de Camarão:

Ingredientes:

2 c. s. de azeite

400 g de camarão graúdo limpos

uns 10 camarões inteiros, 4 para decorar (sem cabeça) e mais 6 inteiros para o caldo de camarão.

1 c. s. de manteiga

1 cebola grande picada

2 dentes de alho picados

1 pimenta vermelha sem sementes fatiada

1 pitada de orégano ou tomilho

4 tomates sem pele e sem semente ou meia lata de tomate pelado

1 colher de sopa de farinha de trigo dissolvida em

1 xícara de caldo de camarão

1 xícara de leite de côco

1\2 pote de requeijão de uma marca boa, usei Aviação.

Sal e pimenta do reino.

2 c. s. de queijo parmesão ralado.

Procedimento

Numa frigideira grande aqueça o azeite e doure o camarão. O ideal é que o camarão doure sem juntar caldo, por isso é interessante usar uma frigideira grande e colocar o camarão na mesma apenas quando o óleo estiver bem quente. Quando estiver dourado tempere com sal e reserve.

Numa panela de tamanho médio doure a manteiga e frite a cebola e o alho até que fiquem transparentes. Adicione a pimenta vermelha e tempere com orégano ou tomilho. Refogue por dois ou três minutos cuidando para a cebola não queimar. Acrescente o tomate picado e refogue. Aos poucos adicione o caldo de camarão com a farinha de trigo e mexa lentamente até engrossar. Acrescente o leite de côco, misture bem. Acerte o sal e caso ache necessário, a pimenta. Acho interessante um molho mais picante para contrastar com o adocicado da abóbora moranga, mas isso é a gosto do freguês. Tampe a panela e deixe cozinhar por 3 a 4 minutos. Acrescente o camarão dourado e cozinhe por mais dois minutos. Se em algum momento você perceber que está ficando grosso, não deixe de adicionar mais um pouco do caldo de camarão, sempre aos poucos e mexendo. Adicione o requeijão e mexa até incorporar tudo. Apague o fogo. 

Montagem do Prato

Agora é hora de transferir o molho para a moranga, mas antes veja se juntou mais um pouco de caldo no fundo da moranga (isso aconteceu na minha). Caso não tenha formado um caldinho no fundo da moranga, adicione um pouco daquele que você reservou, cerca de 4 colheres de sopa. Caso o caldinho tenha se formado, apenas transfira o molho para o interior da moranga. Não é necessário misturar, quando for ao forno para gratinar o caldo da moranga e o molho irão se misturar naturalmente. Salpique queijo ralado e leve ao forno para gratinar. Pronto!!! Sirva com um arrozinho branco e batata palha!!

Arroz Integral com legumes - Uma receita prática e saudável para mulheres batalhadoras

Inventei essa receita porque adoro arroz integral mas sempre me neguei a seguir aquele preparo básico e sem graça que vem na maioria dos pacotes. Ela me acompanha há muitos anos, sempre variando alguma coisinha. Essa na verdade é uma sugestão de preparo mas o céu da sua imaginação é o limite. O importante na minha opinião e sempre fritar o arroz com cebola e alho e sempre cozinhar com a panela semi tampada. Na foto o coitadinho ficou sem a castanha do pára, mas acreditem, fica bárbaro. Pode parecer estranho mas na ausência da castanha um queijo parmesão de qualidade cai muito bem também.

Ingredientes:

1 c. s. de óleo de canola ou girassol

1 dente de alho fatiado

1/2 cebola

1 xic. de arroz integral

sal a gosto

2 c. s. de pimentão amarelo

2 c. s. de pimentão vermelho

1 tomate picado 

2 e 1/2 xícaras de água

1 cenoura pequena ralada

1 xic de brócolis 

Algumas castanhas do pára picadas

Procedimento:

Aqueça o óleo, coloque a cebola, a seguir o alho e frite até ficar transparente. Adicione o arroz integral e refoque por 2 a 3 minutos. A seguir adicione os pimentões, refogue por 2 minutos e então coloque o tomate mais 2 minutinhos refogando e você pode adicionar a água quente. Deixe cozinhar em fogo baixo com a panela semi-tampada. Quando a superfície do arroz começar a aparecer, acrescente a cenoura ralada e misture bem. Volte a tampa e deixe por mais uns minutos até que comece a secar. Quando começar a secar, coloque o brócolis por cima e tampe a panela novamente apenas até o brócolis adquirir aquela cor verde intensa, desse modo ele cozinha levemente apenas no vapor. Na hora de servir, espalhe um pouco de castanhas do pára sobre o arroz.

Acompanha muito bem uma saladinha e um filé de frango ou um peixinho. Delicioso, prático e muito saudável.

Experimentem!

Pãozinho de Provolone e Herbs de Provence

Creio que eu tenha uma espécie de ritual quando recebo amigos para jantar. Além da comidinha gostosa, da sobremesa, da escolha das bebidas, etc... tenho sempre um cuidado especial com aquele famoso petisco ou tira-gosto que entretém os convivas enquanto a refeição não sai. Acho tão bom ver as pessoas comendo e bericando enquanto fico naquele vem e vai da cozinha pra sala cuidando dos últimos detalhes. Gosto de preparar tudo com carinho, e tudo sozinha, no máximo com a companhia do Tuffynho me olhando de cima do armário....

Mas voltando aos petiscos.... esse é um que faz um enorme sucesso. Lembro de ter achado uma receita no site da Fleischmann, mas era com aqueles preparados para pão que não uso e feito em máquina de pão que não tenho e não pretendo comprar. Então só me restava adaptá-la. Eis o resultado.

Ingredientes:

1/2 c. s. (7g) de fermento biológico seco

1/4 c. c. de açúcar

1 e 1/4 xíc. de chá (300 ml) de água morna

450 g de farinha de trigo + 2 c. s. se precisar.

1/2 c. c. de sal

200 g de queijo provolone ralado no ralo grosso

3 c. s. de ervas de provence, ou de um mix de ervas de sua preferência como orégano, tomilho, etc

1 ovo batido

2 c. s. de queijo parmesão ralado fino

Procedimento Experimental: 

Unte uma assadeira retangular grande com manteiga e polvilhe com farinha de trigo.

Misture o fermento, o açúcar e ¼ de xícara de água morna e deixe descansar até espumar (10 minutos).  Num bowl (pode ser feito na batedeira), coloque a farinha, o sal e 2 c. s. das ervas que você escolheu. Adicione a mistura com o fermento e misture. Aos poucos vá adicionando a água, mas não tudo de uma vez. Vá misturando tudo até que a massa comece a soltar das mãos, utilize o restante da farinha de trigo se necessário (caso utilize a batedeira, use o batedor em gancho).  A massa deve ficar macia e elástica. Sove por uns 6 minutos (se for na batedeira, 4 minutos bastam). Retire a massa do bowl e transfira para uma superfície enfarinhada. Abra um pouco a massa e coloque o queijo provolone no meio. Dobre as bordas sobre o queijo e sove mais um pouco até que massa e queijo estejam bem misturados.

Divida a massa em quatro e de cada quarto faça 5 bolinhas. Boleie os pãezinhos dando um formato oval e transfira para a assadeira untada. Cubra com um pano e deixe crescer até dobrar de volume (cerca de 1 hora).

Pré-aqueça o forno a 190 °C.

Misture a colher de sopa de ervas restante com as duas colheres de queijo parmesão.  Com o auxílio de um pincel, pincele cada pãozinho com o ovo batido e salpique por cima a mistura de ervas-queijo parmesão.

Experimentem.

Pão semi-integral de Iogurte e Sementes

Ingredientes:

1/2 c. c. de fermento biológico sêco
1 c. c. de açúcar
3/4 xíc. de água morna
1 e 1/2 xíc. de iogurte caseiro
2 c. sopa de manteiga derretida
3 c. s.opa de mel
2 c chá de sal
2 c. sopa de sementes de gergelim
2 c. sopa de sementes de linhaça (eventualmente, se não tenho todas as sementes em casa, uso apenas linhaça)
2 c. sopa de sementes de papoula
2 c. sopa de sementes de girassol
2 e 1/2 xíc. de farinha de trigo integral
3 e 1/2 xíc. de farinha de trigo branca para pão

Procedimento:

Dissolva o açúcar na água morna, misture o fermento biologico e deixe repousar coberto com um pano por 10 minutos ou até espumar. Enquanto isso separe os outros ingredientes. Num recipiente grande, misture a manteiga derretida e o mel, e adicione o iogurte natural. A seguir adicione a mistura com o fermento. Acrescente as sementes (reserve um pouco caso queira salpicar sobre os pães), a farinha de trigo integral e o sal. Aos poucos adicione a farinha de trigo branca até que a massa solte um pouco das mãos. Transfira para uma superfície enfarinhada e sove até que a massa fique macia e elástica. Eu sovo por uns 5 minutos, nesse meio tempo, às vezes acontece de a massa voltar a grudar na mão, mas é só polvilhar um pouco mais de farinha. Não pode colocar muita farinha nessa hora porque senão o pão pode ficar massudo.

Unte uma bacia com óleo e coloque a massa, gire a massa na bacia de modo que toda a superfície fique envolta no óleo. Cubra com uma pano limpo e deixe crescer num lugar abafado (eu acendo o forno no mínimo por 5 minutos, apago e coloco a bacia lá dentro com a luz acesa, ou deixo no microondas com a porta aberta para que a lampada fique acesa). Espere a massa dobrar de volume, o que deve levar cerca de uma hora, aproveite esse tempo para untar e enfarinhar a assadeira que vc irá usar.

Transfira a massa para uma superfície enfarinhada e sove levemente apenas para retirar o ar. Para fazer 20 pãezinhos, divida a massa em 4 pedaços iguais e cada pedaço em 5. Modele os paezinhos. Para fazer os três pães tamanho bolo inglês, divida a massa em três pedaços iguais e modele.

Coloque os pães na assadeira, cubra novamente com um pano limpo e deixe crescer por 40 min a 1 hora.  Caso queira salpicar as sementes: com o auxílio de um pincel de silicone, pincele a massa com água e então salpique as sementes.

Pré-aqueça o forno a 190 ºC.

Asse em forno pré aquecido a 190 ºC por 30 minutos ou até ficar levemente dourado.

Muffins de Espinafre e Pesto

Nunca havia pensado em Muffins salgados até comprar o The Williams-Sonoma Baking Book. A Williams-Sonoma é uma rede de lojas americanas que vende quase tudo o que se possa imaginar para a cozinha. Encontrei esse livro na Livraria Cultura, no ano passado em São Paulo. Ele é fantástico. Traz muitas receitas legais e no final ainda ensina algumas técnicas.

A questão é que me deparei com várias receitas de muffins... salgaditos. Adorei a ideia. Um bolinho assado com várias "aplicações". É muito prático para um lanche de domingo a noite, por exemplo, ou como foi o caso desse, servido como tira gosto antes de um jantar para amigos. 

Esse bolinho fez o maior sucesso! A ideia do pesto misturado à massa foi genial, fica um sabor incrível.

Ingredientes:

150 g de Pesto de manjericão e nozes (receita aqui) 

3 xícaras de farinha de trigo

1 colheres de sopa de fermento em pó

1 e 1/4 c. c. de sal

3 ovos grandes batidos

2/3 de xícara de azeite de oliva extra-virgem

1 xícara de leite

300g de espinafre

1 xícara de queijo mussarela ralado grosso (eu coloquei no processador)

Procedimento

Lave o espinafre, coloque-o ainda úmido num refratário e leve ao microondas por 1 minuto, apenas para dar um leve cozimento (também pode ser feito no vapor, mas no microondas é muito mais prático), espere esfriar e pique os talos e folhas bem picadinho. Reserve.

Pré-aqueça o forno a 190 ºC.

Unte uma dúzia de forminhas para muffins ou uma assadeira com capacidade para uma dúzia de muffins  e polvilhe com farinha de trigo. Reserve.

Em um bowl misture a farinha de trigo, o fermento em pó e o sal, reserve. Num outro bowl misture os ovos batidos, o azeite de oliva e o leite. Misture e adicione o espinafre picado. Faça um buraco no centro da mistura de farinha e coloque a mistura de ovos e espinafre, misture aos poucos. Acrescente o pesto e o queijo e misture novamente apenas para envolve-los, você pode notar alguns pontinhos de pesto mas não importa, não misture excessivamente. Distribua a massa nas forminhas enchendo até quase a borda, a massa é pesada, não há perigo de derramar.

Asse os muffins até que estejam dourados e sequinhos, cerca de 20 minutos. Faça o teste do palito e retire do forno apenas se este sair limpo depois de espetado na massa. Retire do forno, transfira para uma grade e deixe esfriar por 5 minutos. Desenforme e sirva morno ou a temperatura ambiente.

Dica: a minha assadeira com capacidade para 12 muffins é das antiaderentes escuras, preferi não usá-la pois havia pré-aquecido o forno a 190 ºC. Sugiro que nesse caso, o forno seja pré-aquecido em 180 ºC.

Experimentem!

E que folhinha versátil...

Manjericão, ah o manjericão... confesso mais uma paixão. O que seria da minha vida sem ele? Pode parecer drama mas este é um ingrediente que não pode faltar na minha cozinha. Um ramalhete de manjericão perfuma a cozinha inteira. Algumas folhinhas apenas, transformam um prato. Um galinho de manjericão na água do macarrão e o sabor aparece, no molho de tomates, na pizza marguerita, na salada e claro como não poderia deixar de ser.. no molho pesto. Que combinação tão rica em sabor, textura e aroma.

Molho pesto de manjericão e nozes

Ingredientes:

1 dente de alho grande
1 pitada de sal
2 xícaras de folhas de manjericão previamente lavadas e secas sobre um papel toalha
1/2 xícara de nozes
2 c. s. de queijo pecorino ralado na hora
2 c. s. de queijo Gran Formaggio ralado na hora (ou um queijo parmesão de boa qualidade)
1/2 xícara de azeite extra virgem de excelente qualidade

Procedimento:

Coloque o alho e o sal no pilão e comece a macerar. Aos poucos adicione algumas folhas de manjericão (é importante que as folhas não estejam molhadas), macere até esteja bem misturado. A seguir passe a alternar a adição das folhas de manjericão com a adição do azeite.

Euzinha costumo fazer uma parte do molho dessa forma para que o alho fique bem macerado e se misture completamente ao manjericão. Macere uma das duas xícaras de folhas no pilão e a seguir transfira para o processador.  Adicione a outra xícara de folhas de manjericão, as nozes, os queijos recém ralados e o restante do azeite. Processe a mistura apenas pulsando até que as nozes estejam trituradas. Prove para ver se está bom de sal, caso necessário corrija. Geralmente a pitada de sal inicial e o sal dos queijos já são suficientes.

Pronto, seu molho ao pesto de manjericão já pode ser usado como a sua imaginação mandar.

Uma utilização interessante é:

Misture duas colheres de sopa de molho pesto e duas colheres de sopa de creme de ricota ou cream cheese e sirva com torradinhas ou pão italiano. Acompanha muito bem uma taça de vinho durante um bate papo com os amigos antes do jantar, por exemplo.

Um bolo lindo e muito inspirador

Desde a primeira vez que folhei o livro da Martha Stewart, Baking Handbook, e me deparei com este bolo, fiquei com muita vontade de prepará-lo, tão brilhoso e apetitoso que ele parecia nas páginas lustrosas. Será que euzinha seria capaz de preparar um bolo daqueles? Foi com uma ponta de tristeza que   constatei que eu mesma duvidava, e uma olhadela no procedimento esgotou de vez a pouca auto estima culinária que me sobrara no momento anterior. Preparar assadeira com papel manteiga? Bater as claras em neve? Definitivamente não, nem tenho batedeira. E resignada, passei para a próxima página.

Não que não seja possível bater um bolo sem uma batedeira. Eu decidi que só teria uma batedeira quando pudesse comprar aquela, mas nem por isso deixei de preparar bolos deliciosos. Bolos com recheio e cobertura inclusive. Mas esse era diferente, e obviamente foi uma das primeiras receitas que pensei em testar no brinquedo novo.

Comprei pêssegos suculentos e cerejas brilhantes e fui  preparar o mais desafiador dos bolos. E sabem? A complicação em relação a ele estava toda na minha cabeça. Durante a execução da receita percebi que o que parecia um dementador era na realidade um gatinho ronronante que ficava cada vez mais meigo a medida em que eu o preparava.

Ah, o resultado não poderia ter sido mais inspirador: O primeiro pedaço na boca... acredite, você não vai esquecer. É uma explosão de sabores: amêndoas, baunilha... misturados à textura das frutas. E o perfume? ... nossa, é definitivamente de comer com lágrimas nos olhos.

Por favor faça e saboreie!!

Espero que este lindo bolo sirva de inspiração em muitos outros aspectos da minha vida!

Apricot-Cherry Upside-dow Cake ou simplesmente bolo inspirador de Pêssego e Cerjas
Adaptado do Livro Martha Stewart's Baking Handbook

Ingredientes:

100 g de manteiga a temperatura ambiente (a receita original pede 1/2 xícara ou 115g, mas usei menos)
1 e 1/2 xícara de açúcar (usei cristal orgânico e usei 1/4 a mais que areceita pedia pois não usei pasta de amêndoas)
5 a 6 pêssegos médios frescos e partidos ao meio
300 g de cerejas frescas, sem caroço e partidas ao meio
90 g de farinha de trigo
3/4 de xícara ou 90 g de farinha de trigo
1/4 de xícara + 2 c.s. ou 50 g de farinha de milho fina
1 c. c. de fermento em pó
1/2 c. c. de sal
1/4 de xícara de pasta de amêndoas (não usei)
3 ovos grandes, separadas as gemas das claras
1/2 c.c. de extrato de baunilha natural
1/2 colher de chá de extrato de amêndoas natural
1/2 xícara de leite integral

Procedimento:

Pré aqueça o forno em 180 ºC.
Prepare a assadeira: você vai utilizar uma assadeira redonda de 20 a 24 cm de diâmetro (a receita pedia uma de 20, eu usei de 24 e deu muito certo). Recorte um circulo de papel manteiga utilizando a assadeira como molde, de modo que o circulo se encaixe perfeitamente no fundo da assadeira. Unte a assadeira com manteiga e "cole" o círculo de papel manteiga no fundo da assadeira deixando-o bem aderido. Com o auxílio de um pincel, passe manteiga sobre o círculo de papel manteiga, a seguir polvilhe farinha de trigos sobre o sistema assadeira + papel manteiga.

Bata 2 c. s. de sopa de manteiga com 1/4 de xícara de açúcar até obter um creme claro e fofo (usei a batedeira com a pá em velocidade média). Com o auxílio de uma espátula, espalhe este creme no fundo da assadeira preparada anteriormente.

Acomode os pêssegos e as cerejas sobre o creme de manteiga e açúcar.

Reserve a assadeira e vamos preparar a massa do bolo:

Num bowl médio e com o auxílio de um fuet misture as farinhas de trigo e milho, o fermento e o sal. Reserve. 

Bata as 6 colheres restantes de manteiga até obter um creme, adicione 1 xícara de açúcar (atenção: ainda vai sobrar 1/4 de xícara de açúcar) e bata até o creme ficar fofinho. Adicione as gemas, misturando bem, e a seguir os extratos de baunilha e amêndoas, misturando novamente. Adicione a  mistura de farinhas dividida em duas partes, alternando com o leite, comece e termine pela mistura de farinhas. Bata a massa até que tudo esteja bem misturado. Reserve.

Bata as claras em neve e adicione aos poucos aquele 1/4 de xícara de açúcar que estava sobrando. Envolva a massa nesse "merengue" aos poucos e com toda a delicadeza possível. Espalhe a massa sobre as frutas e leve ao forno para assar até que ao espetar um palito, este saia limpo, isso levou cerca de 55 minutos no meu forno, portanto se o seu forno estiver numa temperatura semelhante a 180 ºC, não há necessidade de abrir o forno com menos de 30-40 minutos. 

Transfira a assadeira para uma grade e deixe aguarde 15 minutos. Passe uma faca ou espatula ao redor da assadeira, a fim de desgrudar a massa. Vire a assadeira sobre um prato e se maravilhe com a aparição  do seu bolo no prato como um passe de mágica, lindo, brilhoso, cheiroso e muitíssimo saboroso. 

Por favor faça e saboreie!!

Pizza Casareccia

É engraçado como algumas coisas são tão comuns no nosso dia-a-dia e ainda assim saibamos tão pouco sobre. Escrevo isso porque quando decidi escrever essa postagem hoje fui dar uma breve pesquisada sobre o assunto e me deparei com uma história rica: a da Pizza, vale a pena dar uma olhada.


A Pizza, ah a Pizza. Que invenção!! É de longe um dos meus pratos favoritos, não apenas por ser deliciosa, mas pela versatilidade e praticidade. Um disco de pizza caseira congelado vira uma refeição em poucos minutos. A variedade de coberturas que se pode fazer é infinita. E se você não tiver nada em casa, nem mesmo o disco de pizza congelado, basta pegar o telefone. Lembro que fiquei encantada há alguns anos atrás, quando mudei do Rio Grande do Sul para o estado de São Paulo, com a facilidade que se tem de encontrar uma pizza uma boa pizza delivery. Aqui em qualquer esquina tem uma pizzaria com forno a lenha e devo confessar que sim, isso faz toda a diferença. Infelizmente não tenho um no meu singelo apê, mas aprendi que com uma boa massa é possível fazer uma pizza deliciosa.

A resolução de fazer mais pizzas em casa do que simplesmente pegar o telefone teve vários motivos: i) é mais econômico, ii) é prático pois se você pode fazer um disco de pizza, pode fazer dois ou três ou quantos quiser e deixar alguns congelados. iii) É mais saudável pois você controla a quantidade de sal e gordura que vai utilizar, e se não quiser não usa nada de conservantes. iv) o prazer de preparar sua própria pizza é indescritível. v) Mas o mais estimulante talvez, tenha sido a constatação feliz de que quando a minha pizza está no prato, meu marido querido como até a bordinha, o que nunca acontece quando a pizza é comprada. :)

Durante muitos anos  eu usei essa receita de pizza aqui. Essa receita é tão prática quanto deliciosa, sem sova  alguma, resulta numa pizza mais fofa e grossa. Delicia!!  Mas.... como não compro livros de culinária apenas para enfeitar as prateleiras, decidi testar outras receitas, e uma delas foi essa da Nigella que achei muito prática. O Resultado é uma pizza leve e crocante.

Pizza Casareccia
Adaptado do livro "How to be a Domestic Goddess"  Nigella Lawson

Ingredientes:

200g ou 1 e 2/3 xic de farinha de trigo (eu usei para pães)

5 g ou 1 c. c. bem cheia de fermento biológico seco

1/ 3 de c. c. de sal

1/2 xíc mais 2 c. s. de água morna (aproximadamente)

2 c. s.  de azeite de oliva extra-virgem

1 assadeira de pizza untada e enfarinhada

Procedimento:

Combine a farinha de trigo, o fermento e o sal, misturando rapidamente com um fuet. Adicione aos poucos a água morna e o azeite. A receita diz para adicionar mais água se necessário para formar a massa, mas no meu caso não foi preciso. Misture tudo até que a massa possa ser trabalhada com as mãos. Transfira para uma superfície enfarinhada e sove por cerca de 5 minutos. Ou utilize a batedeira com o gancho, nesse caso, por tempo suficiente para que a massa fique lisa e elástica. Essa massa é uma delicia de trabalhar, muito macia e o ponto é atingido bem rápido, creio que mesmo sem usar a batedeira. Coloque a massa num bowl untado com azeite, girando-a no bowl para que toda a superfície fique untada. Cubra o bowl com filme plástico  deixe descansar no microondas com o lâmpada acesa até dobrar de tamanho (é rápido, cerca de ½ hora).

Pré aqueça o forno a 230 °C.

Passe um pouco de óleo nas mãos e manipule a massa para retirar todo o ar, socando levemente. Pressione a massa sobre a assadeira (a Nigella usa uma assadeira retangular) ou abra com o rolo, sem pressionar demais (foi o que fiz). Cubra com um pouco de molho de tomate e leve para assar em forno pré aquecido por 15 minutos ou até que as bordas da massa estejam levemente douradas.

Retire do forno, cubra com a cobertura de sua preferência, finalizando com queijo muzzarela e retorne ao forno até o queijo derreter completamente e borbulhar. Sirva imediatamente e muito, mas muito bom proveito porque essa pizza é simplesmente demais.

Os Primeiros Pãezinhos na KitchenAid

Saíram do forno corados e perfumados. O primeiro pedacinho levado à boca ainda quente, simplesmente derreteu... maravilhoso? Pouco. Realmente gostei dessa receita, é parecido com um brioche, mas não leva tanta manteiga. Ah claro, como não poderia deixar de ser, preciso deixar minhas impressões sobre a batedeira. Na verdade não posso... sem palavras pra descrevê-la ainda :p

Brincadeirinha! Posso dizer que deixei sovando por 5 minutos usando o gancho e resultado foi uma massa leve, elástica e perfumada que dava água na boca. Claro que é perfeitamente possível fazer a receita sem a "ajuda"... mas já que eu tenho o brinquedo, quero mais é brincar.
A receita veio do "The Williams-Sonoma Baking Book"

Poppy-Seed Cloverleaf Rolls - Ou Trevinhos com semente de Papoula
adaptada do "The Williams-Sonoma Baking Book"


Ingredientes:

250 ml de leite integral
2 c. s. (30 g) de manteiga, mais o suficiente para untar a assadeira
1 c. s. de açúcar
2 e 1/2 c. c. de fermento biológico seco (parece muito mas é isso mesmo)
3/4 c. c. de sal
2 e 3/4 xícaras (440g) de farinha de trigo para pães
1 c. c. de óleo
1 ovo batido para pincelar
1 e 1/4 c. c. de sementes de papoula

Procedimento:

Misture o leite, as duas colheres de sopa de manteiga e o açúcar. Aqueça a mistura até que a manteiga tenha derretido e deixe "amornar". Misture o fermento deixe descansar por uns 5 minutos, até espumar.  (nesse momento eu transferi a mistura para o bowl da batedeira). Misture meia xícara de farinha ao sal e adicione à mistura de fermento. Prossiga adicionando a farinha, 1/2 xícara por vez, até que a massa esteja macia e elástica. Transfira para uma superfície enfarinhada e sove por 5 minutos (ou utilize o batedor em forma de gancho da bateira e bata por 3-4 minutos).

Unte um bowl com óleo, coloque a massa e pincele óleo na superfície. Cubra com filme plástico e deixe descansar por 1h e 1/2 num lugar quentinho (aqui em casa, costuma colocar dentro do microodas e deixo a porta entre aberta para que a lâmpada fique acesa, mas também já fiz isso no forno). Unte uma assadeira para muffin, ou uma dúzia de forminhas para empada grande, e polvilhe farinha de trigo, reserve.

Coloque a massa sobre uma superfície  levemente enfarinhada e a manipule, socando levemente para tirar todo o ar. Divida em 12 porções e cada porção em 3. Faça uma bolinha de cada pequena porção e coloque três bolinhas em cada forminha untada. Cubra com um pano de prato limpo e deixe descansar até dobrar de volume, cerca de 1 hora. Pré-aqueça o forno a 190 °C.

Pincele a superfície das bolinhas com o ovo batido e salpique as sementes de papoula. Asse em forno pré-aquecido até que os pãezinhos estejam dourados e suas laterais crocantes, no meu forno, isso ocorreu em 14 minutos. Como o pão é divido em porções pequenas, o tempo de forno é relativamente menor. Retire imediatamente da assadeira e coloque sobre uma grade. Sirva quente ou morno.

Caso queira guardar, enrole numa toalha de papel e acondicione bem fechado num caso plástico ou lata por até 4 dias, coloque no forno pré-aquecido por 10 minutos na hora de servir.

A receita não fala, mas acho que não fica bom congelado.

E finalmente o presente mais esperado

Desde que soube de sua existência, eu a desejei. Por anos bati bolo na mão, fugi dos merengues e sofri sovando panettone até seu ponto de véu, simplesmente porque decidi que se não fosse ELA, não seria nenhuma outra. Foi dificil, mas hoje me sinto uma mulher recompensada...

Foram mais de 12 horas entre receber a noticia que a batedeira KitchenAid da Artisan havia entrado numa promoção (quem conhece a marca, sabe que o preço é tabelado no Brasil e é bem difícil encontrar por menos) e sair da loja feliz e contente com minha batedeira embrulhada para presente nos braços (mentirinha modo de dizer já que a dita pesa 10 Kg). Esse foi definitivamente um sonho realizado. Não sei como são os outros casais mas aqui em casa, não temos o habito de comprar coisas caras sem consultar um ao outro, por isso quando meu maravilhoso, querido, salve salve marido meu deu carta branca para comprar meu brinquedo, fiquei imensamente feliz, e por isso também serei eternamente grata :)

Tuffynho de linguinha de fora: não parece prever alguma coisa?

Valeu cada dia que esperei. Ela é simplesmente tudo o que eu sonhava e muito mais. Confesso que ainda levo um choque de alegria quando entro na cozinha e a vejo lá: linda, poderosa, vermelha e reluzente.

Fala a verdade... Merecia ou não um post só pra ela?

E por falar em Molho de Tomate

Não lembro e nem quero lembrar há quanto tempo não uso molho de tomate pronto. Aliás, alimentos muito processados em geral não são bem vindos aqui em casa. A triste exceção é o hamburguer congelado que de Sadio não tem nada mas meu marido insiste em consumir por pura praticidade (não vou usar preguiça porque sei que as vezes ele passa por aqui :p).

Uma das primeiras receitas de molho de tomate que testei veio da La Cucinetta da Ana. Outras muitas vieram a seguir, mas nunca encontrei uma tão prática e deliciosa quanto esta. Após algumas leves adaptações, minha receita favorita de molho de tomate ficou assim:

Ingredientes:

1 cebola grande
20 g (2 c. s.) de manteiga sem sal
1 lata de tomates pelados italianos
1 xícara de polpa de tomates daquelas vendidas em vidros e de uma marca confiável
1 xícara de água
1 punhado de manjericão
Sal e pimenta moida na hora a gosto

Procedimento:

Descasque a cebola e corte-a ao meio. Coloque a cebola numa panela de tamanho médio com a parte cortada para baixo. Junte a manteiga cortada em pedaços grandes e reserve. Numa tigela, despeje os tomates pelados e com auxílio de garfo e faca pique-os ligeiramente (ou use o mixer). Leve os tomates pelados agora picados à panela e junte a polpa e a água. Leve a panela ao fogo baixo, sem tampa até as bolhinhas aparecerem. Deixe por uns 20-25 minutos, mexendo ocasionalmente. Com o fogo ainda aceso, retire a cebola e corte-a em pedaços graúdos. Acerte o sal e a pimenta do molho, usando apenas o mínimo suficiente para quebrar a doçura, lembre-se que esse molho será base para outras receitas. Apague o fogo, junte o maço de manjericão e tampe a panela. Deixe descansar por 5 minutos e volte a cebola novamente a panela. Esse final é opcional, se você quiser usar o molho sem a cebola fique a vontade, mas com a cebola fica delicioso para usar como cobertura em pizzas, por exemplo.